quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A fome é inimiga do emagrecimento

A sensação de fome dificulta enormemente a manutenção da perda de peso e deve ser evitada durante o processo de reeducação alimentar.

Afinal, o que é a fome? Ao contrário do que muitos pensam,
a fome não é gerada no estômago e, sim, no cérebro. É o cérebro que dá ao indivíduo a sensação de fome e saciedade. É ele que nos informa a hora de comer e dele provém o controle sobre a digestão e absorção de alimentos pelo organismo.

O estômago vazio oferece ao cérebro alguns sinais que apontam a necessidade de se alimentar e imediatamente desencadeia-se o processo de busca pela comida.

Na prática, o que se percebe é o seguinte: cada vez que se pula uma refeição, um mecanismo psicológico de compensação é ativado e o cérebro acaba produzindo um impulso que impele o indivíduo a buscar grandes quantidades de alimento para compensar a falta sentida.

Do ponto de vista biológico, quando o organismo passa longos períodos sem alimento, a capacidade de absorção aumenta contribuindo, assim, para o ganho de peso. Além disto, após períodos de jejum, os freqüentes sinais de fome emitidos por diversas partes do organismo ativam o centro cerebral que demora mais a ser desativado, prolongando a sensação de fome e incentivando o consumo alimentar.

As explicações aqui apresentadas mostram que dietas radicais à base de jejum podem tornar mais sofrido o processo de emagrecimento e dificultar a manutenção da perda de peso.

Enganar o estômago pode até ser uma tarefa simples, mas enganar o cérebro e seus mecanismos de compensação é uma empreitada bem mais árdua. Assim, quando se deseja optar pelo emagrecimento seguido por saúde e bem–estar a reeducação alimentar é, sem sombras de dúvida, a proposta mais indicada por respeitar os mecanismos de funcionamento do corpo e da mente.

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Depressão uma questão de peso

Nem sempre a sensação de que a vida “perdeu o colorido” induz à falta de apetite e ao conseqüente emagrecimento. Muitas vezes, esta impressão faz o ponteiro da balança disparar, levando à obesidade. O fato é que as duas doenças estão intimamente ligadas. Quem esclarece o assunto é a psicóloga e mestre em nutrição Mara Lofrano, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Como a depressão pode desencadear a obesidade?
Isto ocorre quando a comida é usada como mecanismo compensatório (a pessoa se alimenta na tentativa de aliviar a tristeza), havendo episódios de compulsão alimentar. Além deste fator, o uso de antidepressivos, que aumentam o apetite, pode alterar o metabolismo deixando-o mais lento e propenso ao ganho de peso. Devemos levar em conta, também, o próprio distúrbio emocional. Ele faz a pessoa ficar sem ânimo para praticar atividades físicas, optando, ao contrário, por ficar em casa, deitada e isolada do mundo. Tal inatividade tende ao aumento da massa corporal.

Na situação inversa, quando é que a obesidade gera a depressão?
Nesse caso, os fatores que contribuem para o quadro são: baixa auto-estima, insatisfação com a imagem corporal, isolamento social, sentimentos de rejeição, frustração, culpa e vergonha.

A compulsão alimentar, então, já é uma manifestação da depressão?
Sim. Ela, inclusive, acomete até 30% das pessoas com obesidade. Portanto, ficar atento a este “sinal” é uma forma de detectar que algo não está bem. Este descontrole alimentar freqüente pode ser fruto de conflitos emocionais e, se não tratados, podem causar um estado depressivo.

Existem outros problemas de ordem emocional que podem ocorrer em pessoas com peso excessivo?
Sem dúvida. A obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento e/ou agravamento de doenças psiquiátricas tais como: transtorno bipolar, transtorno alimentar e ansiedade generalizada. Entretanto, isto não significa que todos os obesos estejam propensos a estes distúrbios.

Há estatísticas que comprovam a relação entre obesidade e depressão?
Sim. Estudos demonstram que 30% das pessoas podem ter depressão ao longo da vida, enquanto os indivíduos obesos têm até três vezes mais (89%) chances de manifestá-la..
Existe um elo forte entre depressão e obesidade. O tratamento deve ser feito em longo prazo, atrelado a mudanças no estilo de vida

Numa população obesa, qual é o período mais “propício” para que ela se manifeste?
Na adolescência existe uma busca pela aceitação. Os jovens passam, sobretudo, a ter dificuldades de entender e lidar com seu novo universo – físico e mental. Há ainda uma extrema preocupação com a imagem corporal. Dentro deste contexto, é possível dizer que a depressão seja mais comum nesta fase. No entanto, vale ressaltar que os sintomas desta doença, podem surgir em qualquer idade. O que influencia – de fato – é o grau de obesidade apresentado pela pessoa, os conflitos emocionais, baixa autoestima, insatisfação com a aparência, isolamento social, bem como sentimentos de inferioridade, culpa, vergonha, medo, dentre outras questões que podem aparecer.

Qual seria o tratamento indicado para uma pessoa obesa e depressiva?
Como, acima de tudo, a obesidade é uma doença multifatorial (provém de diversas causas), é importante o acompanhamento e controle de médico, psicólogo (ou psiquiatra, mediante a necessidade de antidepressivos), nutricionista e educador físico. Este é o ÚNICO tratamento efetivo para essa doença e deve ser feito em longo prazo, atrelado a mudanças no estilo de vida.

Entre estes novos hábitos, qual deles você destacaria?
A prática esportiva. Exercícios são indispensáveis à saúde física e psicológica. Além de reduzir medidas, ameniza os efeitos do estresse, que podem levar à depressão. No entanto, é válido ressaltar a importância do acompanhamento de um profissional habilitado (educador físico) para definir o tipo, a intensidade e a duração desta atividade. Incorporá-la ao dia a dia só trará benefícios.

A discriminação que uma pessoa obesa sofre, devido à sua condição, acentua a depressão. O que ela pode fazer para administrar essa situação?
Não existe uma atitude “correta” para evitá-la, porque cada um tem maneiras diferentes de lidar com questões, que podem incomodar ou até mesmo “ferir” seu estado psicológico. Contudo, buscar “dentro de si” recursos próprios de enfrentamento para tais situações é essencial. Sobretudo, acreditar na sua capacidade de mudança. Na maioria das vezes, no entanto, a pessoa não é capaz de encontrar a “saída” sozinha, desta forma, é imprescindível a atuação de um psicólogo para auxiliá-la.

Fonte: Revista Dieta Já


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